domingo, 31 de março de 2013


As dúvidas escorrem pelos meus ombros, assim como a chuva escorre pela ladeira. As mesmas gotas tiram totalmente a cor da minha vida e finalmente caem no mar que se transforma numa bela tragédia que se quebra em mim.
O filtro da janela incolor traz o vento que passa por suas pequenas fendas, mas já é o bastante para causar euforia nas cortinas cinza-claro. Ele também me joga friamente tudo aquilo que fiz propriamente para ser deixado pelo caminho, tudo aquilo que excluí da minha vida e que não faço questão de resgatar. Já os ventilados se debatem freneticamente dentro de sua grade protetora, como os meus sentimentos se batem contra a pequena cela, que se esconde num lugar misterioso, que eu não se aonde está, mas sei que fica através de longos caminhos de tijolos, corredores escuros, torres altíssimas e masmorras sombrias do meu IMENSO castelo.